Gasto era perfeito
Conduzido por seu dono
Em sanolncias afeito
s picadas dos mosquitos
Era Gasto milionrio
Vivia em tapetes raros
Se lhe viravam as costas
Chamava logo a polcia
Em crises de malquerncia
Vinha-lhe o gosto pela soda
Mas ningum se abespinhava
Que enviuvasse s ocultas
Nem Gasto se apercebia
De quanto a vida o prendara
Entre estiletes de prata
E colchas de seda fina
Gasto era deste jeito
Fazia provas reais
Gasto era um parapeito
De Papas e Cardeais
Vinha-lhe s por fastio
Nos tiquetaques da vida
Um solene desfastio
Pela me que era entrevada
Mandava bombons recados
Por mensageiros aflitos
No fora Gasto dos fracos
E j seria ministro
Conheci-o em Alverca
Num bidon de gasolina
Tinha um pneu s avessas
Mas de asma que sofria
Nos solestcios de Junho
A quem o quisesse ouvir
Dizia que era sobrinho
Do Ferno Peres de Trava
Querem saber de Gasto?
Vo ao Palcio da Pena
Usa agora capachinho
E gosta de codornizes
Tem um sinal que o indica
Como o mais forte Doutor
Espeta o dedo no queixo
E diz que Nosso Senhor

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