Album: Pra minha mãe

Nenhum de nós é filho de chocadeira
Todos nós tivemos como primeira morada, o ventre materno
E de lá quando saimos para esse mundo

E cortam o nosso cordão umbilical
Separam os nossos corpos, mas as nossas almas não
Essas continuam unidas e ligadas para todo o sempre
Vocês vão se encontrar de alguma forma, em algum pedaço
Em algum verso deste poema

[Verso 1: Rany Money]
Enquanto uns lutam pra sair de casa eu to naquela
Lutando pra ter o poder de dar uma moral nela (é nós)
Tamo junto mermo e não é trela
Numa mansão de patrão ou num barraco lá na favela (me lembro)
Me lembro quando eu fiz cara feia (porque)
Mais um Natal e eu só ia ganhar meia (tu me disse)
Tu me disse pensa um pouco e respeita
Imagina você sem ceia ao invés dessa mesa cheia...
Me desculpa ter te dado preocupação
Quando tava zuando atrás de mais diversão
Me desculpa se um dia eu espancar na rua
Um filha da...que me chame de filha da...
Desculpa mãe eu sei não sou perfeito
Me desculpa eu ter ficado desse jeito
Sempre vou guardar esse amor no lado esquerdo do peito
Graças a você hoje eu sou um homem feito

"To my mother"

[Verso 2: Maomé]
Minha mãe ja me puniu e até já me expulsou de casa
Não me levou pra Disney, Praia Rasa ou Barra Brasa
Me deu uma bicicleta, um Nintendo e um computador
Dinheiro me deu pouco, mas me deu muito amor
Gastou o que não podia pra assistir eu virar Doutor
Desculpa mãe... eu não entendi o professor...
Porém do que eu entendi, foi a sua real necessidade
De assistir seu filho louco hoje ser um homem de verdade
Eu queria dar uma rosa e improvisar uma prosa
Pra coroa mais bonita, elegante e charmosa
Mesmo sendo ela a dona da comida mais gostosa
Sempre que eu faço besteira ela ainda fica furiosa
Desculpa mãe, por cada situação
Ana Maria, é o nome do meu coração
Sou filho de uma heroina, guerreira e trabalhadora
Ainda te boto num castelo e aposento a tua vassoura

[Verso 3: Ari]
Por ter me feito quem eu sou
Sem você eu não sou metade
Independente de onde eu for
O sentimento é de verdade
Ela me fez nascer me viu chorar
Me fez crescer me deu um lar
Quero que saiba que sempre estive ao seu lado
Mesmo errado eu nunca fui mal criado

[Verso 4: Mc Cert]
Eu lembro do tempo tenso, que sempre ficou do lado
Única visita minha que tinha quando internado
Fim de semana te via, e feliz dividia um quarto
Momento bom o de hoje quando penso no passado
Eu sei que é forte mãe a nossa historia sim
Merece até champanhe, porque tem glória no fim
Hoje tá bom e você pode até dizer
O filho que bateu no chão, traz orgulho pra você
Então eu canto pra dizer o quanto te amo minha mãe
Pra você meu coração to lhe entregando
Ele tem mais poder contigo, me protege do perigo
Que fico, se rico um dia, te trago o merecido
O mundo inteiro não se compra com dinheiro
Mas um terreno maneiro, de presente de um herdeiro...
Quando preso, segurou primeiro minha vida
Quando tiver no topo você vai estar acima!

[Verso 5: Batoré]
Minha coroa minha rainha eu sempre vou tá contigo
Papai saiu de casa só voce fico comigo
Foi guerreira quase ninja, sozinha com 5 filhos
Domingo era maneiro porque e sei que tinha sucrilhos
Quando o Bruno morreu, minha casa ficou de luto
Voltava de madrugada foda-se eu tava puto
Quem esconde um sentimento, por dentro tá tendo surto
Mãe... deixa eu dormi mais 10 minutos
Porque o tempo tá passando a gente já passou por tudo
Voce é minha proteçao é a minha espada meu escudo
Eu ainda vou te dar uma casa, pra voce fazer uma festa
Vou calar a boca das velha que falava "ele nao presta"
Não acredito em supersticao, mas sempre desvirei chinelo
Voce me criou tão bem, com todo seu amor materno
Sua energia contagia igual magia, tão agradável
Eu juro que hoje em dia... Rafael tá responsável

Essa é pra minha mãe, minha mãe
E essa é pra minha mãe, minha mãe
E essa é pra minha mãe, minha mãe
E essa essa é pra minha mãe, minha mãe
E essa essa é pra minha mamamamamãe
E essa essa é pra minha mamamamamãe
E essa essa é pra minha mamamamamãe
E essa essa é pra minha mamamamamãe

Não foi o tempo, que tornou cinzentos os teus cabelos
Muito, muito além do tempo
Ainda posso vê-los como sempre foram
Não foi o tempo que te fez madura
Ainda te vejo na infantil procura a esperar por mim, tu
Muito jovem, a imitar senhoras
Cada segundo parecendo horas
Não, não foi o tempo que te fez assim, foi o vento
O sopro de Deus, o eterno momento
Sim, foi ele que te fez assim

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