'Tô' descendo a serra
Cego pela cerração
Salvo pela imagem

Pela imaginação
De uma bailarina no asfalto
Fazendo curvas sobre patins

'Tô' descendo a serra
Cego pela neblina
Você nem imagina
Como tem curvas esta estrada
Ela parece uma serpente morta
Às portas do paraíso

O inferno ficou para trás
Com as luzes lá em cima
O céu não seria rima
Nem seria solução

Um dia de cão
Um mês de cães danados
Ordem no caos
Olhos nublados
Um cão anda em círculos
Atrás do próprio rabo

Um dia de cão
Um mês de cães danados
Ordem no caos
Olhos cansados
Não há nada de novo
No ovo da serpente

É sempre a mesma história
É tão difícil partir
É sempre a mesma história
É impossível ficar
É sempre mais difícil dizer adeus
Quando não há nada mais pra se dizer

É muito mais difícil dizer adeus
Quando não há nada mais pra se dizer...

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