Vamos passear depois do tiroteio
Vamos dançar num cemitério de automóveis
Colher as flores que nascerem no asfalto

Vamos todo mundo... tudo que se possa imaginar

Vamos duvidar de tudo que é certo
Vamos namorar à luz do pólo petroquímico
Voltar pra casa num navio fantasma
Vamos todo mundo... ninguém pode faltar

Se faltar calor, a gente esquenta
Se ficar pequeno, a gente aumenta
Se não for possível, a gente tenta
Vamos ficar acima, velejar no mar de lama
Se faltar o vento, a gente inventa

Vamos remar contra a corrente
Desafinar do coro dos contentes

Se for impossível, se não for importante
Mesmo assim a gente tenta

Não é pose
Não é positivismo
Quanto pior, pior
Não é pose
! no pasarán !
Não passaremos por isso

Tô fora voodoo, ranço, baixo astral
Não vou perder meu tempo brincando de ser mau
Não vou viver pra sempre nem morrer a toda hora
Como rasgos pré-fabricados num novo-velho blue-jeans

Morte anunciada, direitos autorais
Pela tv a cabo uma baleia acaba de nascer
Nascer pode ser uma passagem violenta
O futuro se impõe, o passado não se aguenta

Meninos de engenho, santa ingenuidade
Santíssima trindade: sexo, drogas & rock'n'roll

É pura pose
...Pois é...
Pós-qualquer coisa
...O pior não é isso...
É pura pose
...É dose...
Posteridade
...E o pior não é isso...

Vamos passear depois do tiroteio
Vamos dançar num cemitério de automóveis
Vamos duvidar de tudo que é certo
Vamos namorar à luz do pólo petroquímico
Vamos remar contra a corrente
Desafinar do coro dos contentes
Vamos ficar acima, velejar no mar de lama
Vamos esquecer o dia da semana

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