Album: XVI

[letra por Hécate]

Num episódio mítico, Paa-zuma reinava sobre uma cidade paradisíaca na cavidade de um vale fértil, florido de árvores maravilhosas, presidindo os destinos do universo é o deus mais antigo do Titikaka. Um dia as águas subiram tanto que invadiram o vale e nenhum habitante escapou à monstruosa inundação. Só o felino que subiu até o alto do Sol, tornando a ilha sagrada no coração de um mar lacustre. Quando o sol se extingue e as trevas reinam não se vê mais do que as verdes pupilas do Puma. Durante muito tempo esta foi a única luz que iluminou o lago e que os povos das Cordilheiras percebiam. As águas baixaram e os ancestrais adotaram o Puma como Tótem supremo. E quando o felino morreu, Paa-zuma divinizou-o sob a forma de um rochedo no cume da ilha sagrada... A ilha do Puma... Perdidos vestígios pagãos, escapados à submersão falam sobre a lenda, a cidade mítica de Paa-zuma, perdida nas brumas do tempo.


O sol se extingui e as trevas reinam
Vejo minha face petrificada sob o Portal da Lua
Em abismos flamejantes de minhas visões
O poder do sangue ruge nos rios de minh'alma.

Fui expulso de meu mundo
Tornei-me um apocalipse
Correndo com a tempestade
Confrontando o imensionável.

Adentrei ao reino da morte...

Antecipei minha existência e morte
Decidindo sobre meu destino
Derrubei os dogmas sobre a morte
Enquanto o sangue negro corria de minhas veias abertas.

E partindo na noite... Sobre imenso mar
Em dramática sinfonia...
Lá estava o reino de Paa-zuma

Estou de volta ao reino de Paa-zuma
Antigo palco de sonhos & tragédias
Glória ilustre pagã!!!
Escute nossa voz, jamais alguém passou por aqui
Em escura jornada
De encontro ao estado primordial - Mítico reino perdido
Onde velho descansarei desta jornada.

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