Silncio a palavra que habita, que palpita
Toda a msica que fao
a cidade onde aportam os navios
Cheios de sons, de distncia, de cansao
esta rua onde despida a valentia
A cobardia se embriaga pelo ao
o srdido cinema onde penetro
E encoberto me devolvo ao teu regao
a luz que incendeia as minhas veias,
Os fantasmas que se soltam no olhar,
Que te acompanham nos lugares onde passeias,
o porto onde me perco a respirar
Silncio so os gritos de mil gruas,
E o som eterno das barcaas
Que chiando navegam pelas ruas,
E dos rostos que se escondem nas vidraas
Quem me dera poder conhecer
Esse silncio que trazes em ti,
Quem me dera poder encontrar
O silncio que fazes por mim
Pelo silncio se mata,
Por silncio se morre,
Tens o meu sangue nas veias,
Ser que por mim que ele corre?
Somos dois estranhos
Perdidos na paz,
Em busca de silncio
Sozinhos demais,
Somos dois momentos, X 2
Dois ventos cansados,
Em busca da memria
De tempos passados
Silncio o rio que esconde
O odor de um prdio enegrecido,
O asfalto que me assalta quando paro,
Assomado por um corpo j vencido
Silncio so as luzes que se apagam
Pela noite, na aurora j despida,
E os homens e mulheres que na esquina
Trocam prazeres, virtudes, talvez Sida
Silncio o branco do papel
E o negro plido da mo,
a sombra que se esvai feita poema,
Num grafitti que gazela ou leo
Silncio so as escadas do metro
Onde poetas se mascaram de videntes,
Silncio o crack que circula
Entre as ruas eleitas confidentes
Quem me dera poder conhecer
Esse silncio que trazes em ti,
Quem me dera poder encontrar
O silncio que fazes por mim
Pelo silncio se mata,
Por silncio se morre,
Tens o meu sangue nas veias,
Ser que por mim que ele corre?
Refro
Silncio este espao que h em mim,
Onde me escondo para chorar e ser chorado,
o pincel que se desfaz na tua boca,
Em qualquer doca do teu seio decotado
Refro
Silncio