Carlos Tê / Rui Veloso



Não há estrelas no céu a dourar o meu caminho,

Por mais amigos que tenha sinto-me sempre sozinho.



De que vale ter a chave de casa para entrar,

Ter uma nota no bolso pr'a cigarros e bilhar?



Refrão:

A primavera da vida é bonita de viver,

Tão depressa o sol brilha como a seguir está a chover.

Para mim hoje é Janeiro, está um frio de rachar,

Parece que o mundo inteiro se uniu pr'a me tramar!



Passo horas no café, sem saber para onde ir,

Tudo à volta é tão feio, só me apetece fugir.

Vejo-me à noite ao espelho, o corpo sempre a mudar,

De manhã ouço o conselho que o velho tem pr'a me dar.



Refrão



Hu-hu-hu-hu-hu, hu-hu-hu-hu-hu.



Vou por aí às escondidas, a espreitar às janelas,

Perdido nas avenidas e achado nas vielas.

Mãe, o meu primeiro amor foi um trapézio sem rede,

Sai da frente por favor, estou entre a espada e a parede.



Não vês como isto é duro, ser jovem não é um posto,

Ter de encarar o futuro com borbulhas no rosto.

Porque é que tudo é incerto, não pode ser sempre assim,

Se não fosse o Rock and Roll, o que seria de mim?



[Refrão]



Não há-á-á estrelas no céu...

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