Из альбома: Dois
Quem me dera, ao menos uma vez,
Ter de volta todo o ouro que entreguei
A quem conseguiu me convencer
Que era prova de amizade
Se alguém levasse embora até o que eu ná£o tinha.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Esquecer que acreditei que era por brincadeira
Que se cortava sempre um pano-de-chá£o
De linho nobre e pura seda.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Explicar o que ninguém consegue entender:
Que o que aconteceu ainda está¡ por vir
E o futuro ná£o é mais como era antigamente.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Provar que quem tem mais do que precisa ter
Quase sempre se convence que ná£o tem o bastante
E fala demais por ná£o ter nada a dizer.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Que o mais simples fosse visto como o mais importante,
Mas nos deram espelhos
E vimos um mundo doente.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Entender como um só Deus ao mesmo tempo é tráªs
E esse mesmo Deus foi morto por vocáªs -
á só maldade entá£o deixar um Deus tá£o triste.
Eu quis o perigo e até sangrei sozinho.
Entenda - assim pude trazer voc᪠de volta para mim,
Quando descobri que é sempre só vocáª
Que me entende do inácio ao fim
E é só voc᪠que tem a cura para o meu vácio
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda ná£o vi.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Acreditar por um instante em tudo que existe
E acreditar que o mundo é perfeito
E que todas as pessoas sá£o felizes.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Fazer com que o mundo saiba que seu nome
Está¡ em tudo e mesmo assim
Ninguém lhe diz ao menos obrigado.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Como a mais bela tribo, dos mais belos ándios,
Ná£o ser atacado por ser inocente.
Eu quis o perigo e até sangrei sozinho.
Entenda - assim pude trazer voc᪠de volta para mim
Quando descobri que é sempre só vocáª
Que me entende do inácio ao fim
E é só voc᪠que tem a cura para o meu vácio
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda ná£o vi.
Nos deram espelhos e vimos um mundo doente -
Tentei chorar e ná£o consegui.