Из альбома: Fuá na casa de Cabral

Naquele Brasil antigo

Perdido no desengano


Seu Cabral chegou nadando

E não preocupou com nada

Deu ordem à rapaziada

Mandou varrer o terreiro

"Me chame o pai do chiqueiro

que hoje eu quero forró,

Toré, samba, catimbó

Que eu já virei brasileiro"



Foi gente de todo tipo

Na festa de seu Cabral

Português de Portugal

Raceado no Oriente

Negão bebeu aguardente

Caboclo foi na Jurema

Seu Cabral pediu um tema

Danou-se a cantar poesia

Até amanhecer o dia

Numa viola pequena



No fim da festa e da farra

Cabral não sentiu preguiça

Mandou logo rezar a missa

Pra ficar aliviado

Chamando o padre, apressado

Mandou começar ligeiro

Botando ordem no terreiro

Com seu maracá na mão

Jurando pelo alcorão

Que era crente verdadeiro



Mas na hora da verdade

Quando passou a cachaça

Seu Cabral sentou na praça

Caiu na reflexão

Disse: "Esta situação

Sei que nunca mais resolvo!"

Então falou para o povo:

"Juro que me arrependi

o Brasil que eu descobri

queria cobrir de novo!"

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